Olá a todos!
Este post está um pouco atrasado, já tem umas duas semanas que estava no forno e nao saia. Estava demorando tanto que resolvi começar a escrever do meu celular novo; já disseram que eu tinha mãos habilidosas por fazer um trabalho no teclado do meu celular antigo, imagine se vissem este...
Namesatem: O antigo e o novonamesatem: O estetoscópio, o meu, um dos maiores símbolos da medicina
Este post surgiu de um gesto singelo e simples, do qual fui parte e expectador, umas duas semanas atrás, no hospital da liga norterriograndense (agora sem hífen!) contra o câncer. Estava eu placidamente a prescrever o paciente de uma amiga (nota explicativa: foi a primeira e única vez que sentei naquela enfermaria, por onde apenas passava rapidamente, no caminho de onde ficavam os pacientes de minha responsabilidade), quando entra um acompanhante de algum paciente dali. Falo assim para que fique bem claro: nunca havia visto aquele homem antes. Apesar do clima tenso de uma enfermaria de pacientes oncológicos, em sua maioria terminais, ele estava sorrindo e assoviando (ou seria "assobiando"?), cumprimentando a todos cordialmente. Além de distribuir sorrisos, deu às tecnicas de enfermagem, a cada uma delas, uma trufa. Isso, uma trufa, um daqueles bombons caseiros que hoje em dia estão na moda por aí. Nada demais até ai. Ele devia conviver diariamente com as tais técnicas, elas devem dar uma excelente assistência ao paciente que ele acompanha. Aí, acontece aquilo que motiva este post.
Ele me deu uma daquelas trufas.
Namesatem: a trufa, a motivadora deste post - e estava ótima, era de brigadeiro!
Sabem, pode ter sido um gesto sem nenhum significado, mas na minha cabeça, aquilo aconteceu por uma causa. Aquilo aconteceu por que eu era "o médico"; e foi assim que ele me tratou. "Bom dia, doutor; pegue um chocolate para o senhor também". Vejam só: quem ganhou aquele chocolate nao foi João Vicente. Foi o "médico" que estava na enfermaria. Vocês concordam comigo ou estou devaneando? Pra mim, esta ainda e uma evidência do status de que goza a medicina ainda para algumas pessoas. Percebam que ele colocou um estranho (eu), no mesmo patamar de duas funcionárias do hospital, com quem ele lida diariamente, e que provavelmente cuidam atenciosamente do paciente que ele acompanha lá. Isso, na minha ótica, graças ao manto de Esculápio que estava sobre os meus ombros, naquele momento.
Nessas horas, eu agradeço pelas noites em claro, pela disposição de ajudar o próximo, pelas olheiras, e por tudo mais que faz de nós "médicos".
Ouvindo: Skank – Sutilmente (http://www.youtube.com/watch?v=geDHzXg56UU)
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ResponderExcluirVocê refletindo prosaica e escritamente é raro, mas fico feliz quando acontece. Acho que o mais mágico não foi você ter recebido uma trufa por causa do estetoscópio, mas por ter-se visto um homem aparentemente contente assobiando dentro de uma enfermaria oncológica. Isso definitivamente não é para todos, sejam eles dias ou pessoas, espectadores ou atores.
ResponderExcluirEu diria que foi um momento privilegiado de tua vida, rapaz.
There's magic in real life, really. No need for "real" magic for such kind of magic to happen